As negociações de Colombo com os reis da Espanha
para seu projeto de navegação tinham sido quebradas, ao ponto dele ter a firme
intenção de falar com o rei da França.
Mas, conversas influentes de Colombo em Málaga,
Espanha, coordenadas pelo rabino Abraham Sênior mudaram aquele curso
desfavorável das coisas (4).
O célebre navegador contou com a ajuda do colega
judeu Abraão Zacuto (autor das tabelas astronômicas e matemáticas de valor
inestimável, que acompanharam Colombo em suas viagens, e permitiu a Vasco da
Gama descobrir o Cabo da Boa Esperança) e seu amigo Antonio Marchena Rábida.
Naqueles dias, as conversações tiveram lugar em
Málaga, entre Cristóvão Colombo e dois dos mais proeminentes judeus de Espanha:
rabino Abraham Sênior e seu amigo Isaac Abravanel.
A partir dessas conversas, surgiu em Málaga o
primeiro apoio financeiro eficaz para o empreendimento de Colombo e a
organização de um grupo de homens judeus abraçando a causa do navegador. Estes
foram: Juan Cabrero, Luis Santangel, Gabriel Sanchez e Alonso Cavalaria.
O projeto estava prestes a falhar, mas com a
intervenção do judeu convertido Luis Santangel (escriba da casa real e
tesoureiro da Coroa de Aragão, que gozava da confiança total do rei Fernando).
Luis Santangel influenciado por Abraham Sênior, custeou
a maior parte do dinheiro que foi necessário para a empreitada histórica de
navegação.
Nos livros
de contas de Santángel Luis, preservados no Arquivo das Índias, em Sevilha, é
creditado Santángel um jogo de 1.140.000 maravedis, que tinha dado o bispo de
Ávila para a expedição de Colombo, com a contribuição pessoal de Colombo de
500.000 maravedis, que financiaram o projeto total (1,64 milhões) do orçamento.
Das negociações de empréstimo em Málaga, coordenadas
pelo rabino Abraham Sênior com seu amigo Isaac Abravanel e Luis de Santagel,
veio o apoio material e pessoal a Colombo, pois a partir dessas conversas
conduzidas por Sênior, a jornada de finanças da descoberta do Novo Mundo foi
formada.
Outros autores (nomeadamente Salvador de Madariaga
e Simon Wiesenthal) tem especulado os anseios de judeus que apoiaram Colombo
pelos sonhos compartilhados de encontrar abrigo para o povo de Moises
perseguido pela cruel inquisição européia, no Novo Mundo.
Joseph Adler escreve: "A tradição diz que
Colombo encontrou em Málaga o plano financeiro delineado lá, recebendo a
promessa e apoio que o fez Abraham Senior.
O Dr. Adler Kayserlig Meyer em seu artigo sobre
Cristóvão Colombo e os judeus, publicado em Nova York em 1894 afirma:
"Em
Salamanca Colombo tornou-se amigo pessoal de Zacuto, a quem louvou seus
trabalhos científicos. Em Málaga ele
conheceu Abraham Sênior e Isaac Abravanel, que foi o primeiro a ajudar no
financiamento do seu negócio.
“A relação entre Colombo e os Judeus
Porto de Entrada, óleo por Abraham Hulk Senior (1813-1897, Netherlands)
http://pt.wahooart.com/@@/8DNUGL-Abraham-Hulk-Senior-Porto-de-Entrada
Simon Wiesenthal, obra citada (5)
Pág. 3:
“...Estamos na noite de 2 de agosto de 1492. De pé
sobre o cais, Colombo vê embarcarem os últimos marinheiros e outros membros da
expedição. Ele dera ordem para que todos estivessem a bordo às 23 horas em
ponto.
Com efeito, 2 de agosto de 1492 é um dia memorável;
de acordo com o decreto dos reis espanhóis Fernando e Isabel, nenhum judeu tem
o direito de permanecer em solo espanhol depois da meia-noite desse dia. Esse
decreto atinge os membros da expedição? Há alguns judeus nos navios de Colombo?
Existe alguma ligação entre sua viagem e a expulsão dos judeus? E, finalmente,
há alguma relação entre sua viagem e a perseguição dos judeus?...”
Pág. 4:
“...O fato de que Colombo estivesse com toda sua
tripulação a bordo às 23 horas, ou seja, uma hora antes da entrada em vigor do
édito de expulsão, faz parte dos numerosos enigmas que nos são postos por
Colombo e sua viagem. Colombo sabia que, exatamente uma hora depois, a polícia
espanhola, a milícia da cidade e os familiares da Inquisição se poriam em campo
para verificar se, a despeito do decreto, ainda permaneciam judeus na
Espanha...”
Pág. 5:
“A ligação
entre Colombo e os judeus não é fortuita, mas desejada por ambas as partes. Ela
surpreendeu mais de um investigador e constituiu objeto de vários estudos, nos
quais se tentou descobrir as razões dessa ligação. Até hoje, ainda não se
esclareceu inteiramente esse enigma.
Numerosos investigadores observaram que o grupo de
pessoas que apoiavam os planos de Colombo era composto, em sua maioria, por
judeus e judeus batizados (...). O certo é que - e todos os historiadores estão
de acordo quanto a isso - a viagem de Colombo não teria ocorrido sem a ajuda
dessas pessoas (intervenção junto aos reis, contribuição material, contribuição
científica e náutica).
(...) Mas, ainda uma vez, sem o apoio dos judeus,
Colombo não teria podido realizar sua expedição. Isso só pode ser explicado
quando se estuda a situação dos judeus na Espanha daquela época.”
Muito bom!
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