quinta-feira, 14 de julho de 2016

Abraham Sênior e o apoio dos judeus a Colombo





As negociações de Colombo com os reis da Espanha para seu projeto de navegação tinham sido quebradas, ao ponto dele ter a firme intenção de falar com o rei da França.

Mas, conversas influentes de Colombo em Málaga, Espanha, coordenadas pelo rabino Abraham Sênior mudaram aquele curso desfavorável das coisas (4).
  
O célebre navegador contou com a ajuda do colega judeu Abraão Zacuto (autor das tabelas astronômicas e matemáticas de valor inestimável, que acompanharam Colombo em suas viagens, e permitiu a Vasco da Gama descobrir o Cabo da Boa Esperança) e seu amigo Antonio Marchena Rábida.
   
Naqueles dias, as conversações tiveram lugar em Málaga, entre Cristóvão Colombo e dois dos mais proeminentes judeus de Espanha: rabino Abraham Sênior e seu amigo Isaac Abravanel.
   
A partir dessas conversas, surgiu em Málaga o primeiro apoio financeiro eficaz para o empreendimento de Colombo e a organização de um grupo de homens judeus abraçando a causa do navegador. Estes foram: Juan Cabrero, Luis Santangel, Gabriel Sanchez e Alonso Cavalaria.

O projeto estava prestes a falhar, mas com a intervenção do judeu convertido Luis Santangel (escriba da casa real e tesoureiro da Coroa de Aragão, que gozava da confiança total do rei Fernando).

Luis Santangel influenciado por Abraham Sênior, custeou a maior parte do dinheiro que foi necessário para a empreitada histórica de navegação.

 Nos livros de contas de Santángel Luis, preservados no Arquivo das Índias, em Sevilha, é creditado Santángel um jogo de 1.140.000 maravedis, que tinha dado o bispo de Ávila para a expedição de Colombo, com a contribuição pessoal de Colombo de 500.000 maravedis, que financiaram o projeto total (1,64 milhões) do orçamento.

Das negociações de empréstimo em Málaga, coordenadas pelo rabino Abraham Sênior com seu amigo Isaac Abravanel e Luis de Santagel, veio o apoio material e pessoal a Colombo, pois a partir dessas conversas conduzidas por Sênior, a jornada de finanças da descoberta do Novo Mundo foi formada.

Outros autores (nomeadamente Salvador de Madariaga e Simon Wiesenthal) tem especulado os anseios de judeus que apoiaram Colombo pelos sonhos compartilhados de encontrar abrigo para o povo de Moises perseguido pela cruel inquisição européia, no Novo Mundo.

Joseph Adler escreve: "A tradição diz que Colombo encontrou em Málaga o plano financeiro delineado lá, recebendo a promessa e apoio que o fez Abraham Senior.

O Dr. Adler Kayserlig Meyer em seu artigo sobre Cristóvão Colombo e os judeus, publicado em Nova York em 1894 afirma:
 "Em Salamanca Colombo tornou-se amigo pessoal de Zacuto, a quem louvou seus trabalhos  científicos. Em Málaga ele conheceu Abraham Sênior e Isaac Abravanel, que foi o primeiro a ajudar no financiamento do seu negócio.


A relação entre Colombo e os Judeus

         Porto de Entrada, óleo por Abraham Hulk Senior (1813-1897, Netherlands)  

http://pt.wahooart.com/@@/8DNUGL-Abraham-Hulk-Senior-Porto-de-Entrada

                            
Simon Wiesenthal, obra citada (5)

Pág. 3:        

“...Estamos na noite de 2 de agosto de 1492. De pé sobre o cais, Colombo vê embarcarem os últimos marinheiros e outros membros da expedição. Ele dera ordem para que todos estivessem a bordo às 23 horas em ponto.
 
Com efeito, 2 de agosto de 1492 é um dia memorável; de acordo com o decreto dos reis espanhóis Fernando e Isabel, nenhum judeu tem o direito de permanecer em solo espanhol depois da meia-noite desse dia. Esse decreto atinge os membros da expedição? Há alguns judeus nos navios de Colombo? Existe alguma ligação entre sua viagem e a expulsão dos judeus? E, finalmente, há alguma relação entre sua viagem e a perseguição dos judeus?...”

Pág. 4:        

“...O fato de que Colombo estivesse com toda sua tripulação a bordo às 23 horas, ou seja, uma hora antes da entrada em vigor do édito de expulsão, faz parte dos numerosos enigmas que nos são postos por Colombo e sua viagem. Colombo sabia que, exatamente uma hora depois, a polícia espanhola, a milícia da cidade e os familiares da Inquisição se poriam em campo para verificar se, a despeito do decreto, ainda permaneciam judeus na Espanha...”
  
Pág. 5:        

 “A ligação entre Colombo e os judeus não é fortuita, mas desejada por ambas as partes. Ela surpreendeu mais de um investigador e constituiu objeto de vários estudos, nos quais se tentou descobrir as razões dessa ligação. Até hoje, ainda não se esclareceu inteiramente esse enigma.

Numerosos investigadores observaram que o grupo de pessoas que apoiavam os planos de Colombo era composto, em sua maioria, por judeus e judeus batizados (...). O certo é que - e todos os historiadores estão de acordo quanto a isso - a viagem de Colombo não teria ocorrido sem a ajuda dessas pessoas (intervenção junto aos reis, contribuição material, contribuição científica e náutica).

(...) Mas, ainda uma vez, sem o apoio dos judeus, Colombo não teria podido realizar sua expedição. Isso só pode ser explicado quando se estuda a situação dos judeus na Espanha daquela época.”